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Feliz Ano Ruim

by Baby Budas

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1.
Entrou em vigência A política robótica nacional Que vai implementar com eficiência Sua nova inteligência artificial Entrou em vigência A política robótica nacional Que vai orientar toda a existência Os corações irão bater Num novo ritmo Na batida do algoritmo Num novo ritmo Na batida do algoritmo Caiu em cilada Quando a conta do cartão extrapolou Perdeu-se no supermercado Se vendeu e nunca ninguém lhe pagou Entrou pelo cano Os bandidos não vão querer nem saber Já foi debitado em outro plano Todo mundo está dançando Um mesmo ritmo Na batida do algoritmo Um mesmo ritmo Na batida do algoritmo Toda sua casa já está criptografada, mas se lê No bigdata Todos os amores, os horrores e cantores prediletos Estão catalogados Sertão publicizados Pra você Que entrou pelo cano Os bandidos não vão querer nem saber Já foi debitado em outro plano Todo mundo está dançando Um mesmo ritmo Na batida do algoritmo Um novo ritmo Na batida do algoritmo Um mesmo ritmo Na batida do algoritmo Um novo ritmo Na batida do algoritmo
2.
As moças de Ijuí Só de ir e vir fazem sorrir As moças de Igrejinha Fazem trens perder a linha Venâncio Aires, Santo Cristo, Ibirubá Levam meu centro a se interiorizar Aquelas de Feliz Trazem a nós nossa raiz As de Santa Maria São calor na noite fria Meu coração se converteu mais rural Quando você colonizou a Capital Meu coração nessa babilônia Pertence a um coração da Colônia Festa da Uva Na minha rua Rainhas que vêm com a gente estudar Chopp em Outubro No centro do mundo Seu interior faz o meu aflorar As de Santa Cruz Trazem consigo a sua luz As de São Jerônimo São sinônimo de sonho Em Garibaldi a Beleza é Singela Já não acontece em Gramado ou Canela Meu coração nessa babilônia Pertence a um coração da Colônia Festa da Uva Na minha rua Rainhas que vêm com a gente estudar Chopp em Outubro No centro do mundo Seu interior faz o meu aflorar As moças de Ijuí Só de ir e vir fazem sorrir As de Cachoeira Me encharcam por inteira Meu coração se converteu mais rural Quando você colonizou a Capital
3.
Intro: G - G#° C G# F C Minha vida está em meio a um inferno astral C G# F C Se eu me segurar vou abandonar, meu bem Am Am7 Tudo aquilo que faz bem F C Que agora me faz mal Am Am7 Preciso deixar tudo pra trás F Fm C Para poder voltar atrás F Fm C Bb Am Me deixem voltar Bb C/ C - Bb - Am - Bb - volta Não, eu já não posso Cheguei no fundo do poço Eu me sinto um Poodle Com aquele troço no pescoço Para não poder lamber As feridas de desgosto Tenho a impressão que a cachorrada Está rindo da minha cara E isso não tem graça F D Pobre do seu fígado C C/B Am Que já ficou pra trás F D Olhos pras estrelas C C/B Am Elas dizem saber mais F C Mas ninguém sabe de nada Dm Am E isso é normal F Fm C Volto assim pro meu Inferno astr… Solo (Estrofe) Até Deus então Já sofreu de depressão Diante da criação Sem um Escitalopram A vontade de criar Era maior que começar A imagem e a semelhança Nos unem além da pança Um princípio de pança
4.
Compre o nosso CD por favor Nos ajude a subsistir Compre mais um e dê pra sua mãe Que deve ser uma mulher irada Esse CD ajuda a manter o sonho vivo O sonho de poder tocar sem gastar Sem gastar Dinheiro Um disco por quatro jovens tristes que querem fazer você feliz Ao persistirem os sintomas um médico deverá ser consultado
5.
O tio da padaria dá bom dia A moça no café que me sorria Ao som dessas buzinas Nas ruas e avenidas Será que todo mundo enlouqueceu? Será que foi o mundo ou fui eu? O motorista que me conduzia O seu vizinho e sua velha tia Pessoas conhecidas, verdades escondidas Será que todo mundo enlouqueceu? Será que foi o mundo ou fui eu? Palavras que em plena luz do dia Revelam o que nunca se diria São tantos ao redor, você se sente só Será que todo mundo enlouqueceu? No conforto do lar, Onde é mais familiar Ou no mapa astral Ou no mundo real No interior pessoal Surreal Oficial Drogas virtuais tô fora Pego minha bike e vou embora Do alto da torre de babel, acham que estão com Deus no céu? Vocês não vem que andando desse jeito essa torre vai cair? E que não tem mais graça esse papo que diz “pede pra sair” ? Vocês não acreditam de verdade no que essa gente diz Não podem ser malvados desse jeito, isso tudo não condiz Amigos de outros tempos de colégio Dizendo “tudo isso não é sério” Transformam suas verdades Racionam realidades Será que todo mundo enlouqueceu? Será que foi o mundo ou fui eu? Os fogos de artifício ao fim do dia Confirmam o que no fundo se sabia Entre o medo e a histeria Essa estranha esperança Será que todo mundo enlouqueceu? No conforto do lar, Onde é mais familiar Ou no mapa astral Ou no mundo real No interior pessoal Já é oficial! Drogas virtuais tô fora Pego minha bike e vou embora Do alto da torre de babel, acham que estão com Deus no céu ? Vocês não vem que andando desse jeito essa torre vai cair ? E que não tem mais graça esse papo que diz “pede pra sair” ? Vocês não acreditam de verdade no que essa gente diz Não podem ser malvados desse jeito, isso tudo não condiz O tio da padaria dá bom dia...
6.
Sonic 02:46
A nostalgia Se nutre de uma mentira De que a vida Um dia foi muito bonita A nostalgia Esconde um outro passado De dias de tédio E medo do monstro do armário Aquelas tardes No sol de inverno da praia São boas lembranças São o que são, são lembranças Depois que já foi É mais fácil gostar do passado A mente esconde A dor que ficou n’outro lado O passado não me serve mais Eu vou voltar pro futuro Vem pra cá
7.
Às vezes perco a direção pensando em ti e não é o coração quem manda aqui Sentindo o corpo todo estremecer desejo de fazer desaparecer Às vezes tenho compulsão pensando em ti Distante e onipresente Desapegada e persistente Selvagem e inteligente Desavergonhadamente má Às vezes me pergunto o que você tem que vira o meu caminho e faz seu refém Vontade de deixar tudo para trás Sabemos muito bem do que você é capaz Às vezes quero te dizer que você me tem Ardente como o fim do mundo Exuberante e moribundo Infinito num segundo Ascensão e queda de nós dois Sei que você não existe mas minha neurose insiste Vou fazer mais terapia pra curar sua bruxaria Distante e onipresente Desapegada e persistente Selvagem e inteligente Desavergonhadamente má Às vezes perco a direção pensando em ti e não é o coração quem manda aqui Sentindo o corpo todo estremecer desejo de fazer desaparecer Às vezes morro de tesão pensando em ti Sei que você não existe mas minha neurose insiste Vou fazer mais terapia pra curar sua bruxaria Distante e onipresente Desapegada e persistente Selvagem e inteligente Desavergonhadamente má Ardente como o fim do mundo Exuberante e moribundo Infinito num segundo Ascensão e queda de nós dois
8.
Parou numa sinaleira Achou que era brincadeira Quando leu na fofoqueira Que voltaria para a geladeira E que tudo se acabou Queda livre do seu céu Vai voltar pro Multishow O infante Dom João Não vai lhe estender a mão E o juiz Louro José Não vai largar do seu pé E na festa de Natal Eles vão cortar o seu Abono salarial Quando a sinaleira abriu A procissão seguiu Em plena Rua da Praia Outro Silas Malafaia Ninguém mais tem salvação Longe do seu edredom Fora do seu Instagram Todo mundo faz cocô Que céu poder em paz dizer ‘adeus’ - Adeus!
9.
Para além da cara De afeto e compaixão Para além da raiva Guardada no porão Me mande as contas Que eu vou liquidar Eu pago pra ver você em outro lugar Me mande os boletos Que eu quero acertar Pagar o pecado De não te amar De não te amar Desculpe por não te amar
10.
(Instrumental)
11.
E eu, e Eu 04:01
Um bilhão e meio de chineses E eu e eu e eu Minha vida e o aluguel Dor de cabeça o peso e eu Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Três mil afogados no mediterrâneo E eu e eu e eu Supino e esteira na academia Suplemento e azia Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Vinte milhões na Síria E eu e eu e eu Com a minha dieta vegana E toda cachacinha que eu puder tomar Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Cinquenta milhões nas eleições E eu e eu e eu Discuto o teatro de Brasília Brigo em janta de família Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Doze pedintes até a esquina E eu e eu e eu Tomando meu suquinho minha cafeína Me sinto culpado se olho pra menina Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Milhões de visualizações pro meu cão E eu e eu e eu Combato bolsominions Capturo pokemóns Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Pensei já esqueci C’est la vie c’est la vie Toneladas de agrotóxicos E eu e eu e eu No restaurante medo e pânico Trinta pila em tomate orgânico Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Universos infinitos na palma da mão E eu e eu e eu Sem conseguir ver nada na televisão Bloqueado de opção Penso já esqueci C’est la vie c’est la vie Impérios destruindo e construindo muros E eu e eu e eu Contando os minutos pra chegar em casa E não fazer nada Pensei já esqueci Pensei já esqueci
12.
Kraut 08:35
13.
Feliz ano ruim! E um Natal OK! Que nós possamos pagar todos boletos e expressar nossos sentimentos Que acreditemos mais na democracia e que tenhamos tempo pra ficar com a família Feliz ano ruim! E um Natal OK! Que a gente possa conviver na cidade e dispensar os remedinhos pra felicidade Que todo mundo pule carnaval e que ninguém estoure uma nova Guerra Mundial Se este ano não foi muito bom também não foi tão triste assim Olho pro lado e vejo o meu amor tudo se acerta lá no fim Não há razão pra ser assim pessimista mesmo perdendo mais um baterista a Baby Budas continua a cantar e se tudo der certo eu vou me formar Desejo a todos menos egocentrismo mais amizade, menos consumismo E se o mundo está mais perto de acabar é porque o Grêmio continua jogando pra ganhar Feliz ano OK é um Natal também!

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A Baby Budas, de Porto Alegre (RS), acaba de lançar seu segundo disco, Feliz Ano Ruim, nas plataformas digitais pelo 180 Selo Fonográfico. O álbum foi gravado antes da pandemia, no verão de 2019, e finalizado em 2020, por meio de financiamento coletivo, com produção de Thomas Dreher (Cachorro Grande, Ultramen, Júpiter Maçã e Graforréia Xilarmônica).

Feliz Ano Ruim é repleto de ambiguidades. O humor marca presença, principalmente em canções como “Coração da Colônia” e “Vê Se Me Erra, BB”. A primeira, um idílio romântico; a segunda, uma crônica sobre conturbados fins de relacionamento. Em “Inferno Astral” e “Ritmo do Algoritmo”, nem mesmo a temática sombria excluiu a graça e a capacidade de rir de si mesmo.

No álbum, há espaço também para a política, tema central de “Surreal Oficial”. “Será que todo mundo enlouqueceu? Será que foi o mundo ou fui eu?”, pergunta-se o eu da canção. O mesmo “eu”, tão presente na música pop, ganha feições macabras em “E Eu, E Eu”, krautrock que situa o indivíduo no seu lugar de privilégio e impotência.

O disco sucessor de “Baby Budas no Jardim de Infância” (2017) é um registro afetivo de um mundo que míngua: um gênero, o rock, e um modelo, a canção. O jingle “Compre o Nosso CD”, brinca com isso - quem, afinal, ainda compra CDs? - e declara: “um disco por quatro jovens tristes que querem fazer você feliz”. Ainda que verdadeira, a frase não está completa. O ideal seria: “um disco que fez quatro jovens tristes um pouco mais felizes”. Eis o canto de Feliz Ano Ruim.

credits

released March 1, 2021

FICHA TÉCNICA
Baby Budas é Gabriela Belnhak, Henrique Cardoni, Henrique Bordini e Bruno Ruffier
Produzido por: Thomas “Conrado” Dreher
Participações especiais de Gustavo Herscovitz, Pedro Petracco, Thomas Dreher, Rodrigo Messias e Bernard Barbosa em “Coração da Colônia”, “E Eu, E Eu” e “Réquiem para André Marx”
Lançamento: 180 Selo Fonográfico
Distribuição: Ditto Music
Capa: Fábio Alt

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Baby Budas Porto Alegre, Brazil

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